1) A Lei de Biossegurança permite que embriões congelados há mais de 3 anos, que nunca entrarão em contato com um útero materno e se autorizado pelos genitores, sejam utilizados em pesquisas que buscam o tratamento para doenças hoje incuráveis ao invés de descartados. Um embrião produzido em laboratório, sem condições de se desenvolver mesmo se implantado no útero de uma mulher, pode ser considerado uma pessoa humana?
2) Pesquisas com células-tronco adultas não substituem os estudos envolvendo células-tronco embrionárias. É contraproducente para a ciência discussões especulativas sobre qual o “melhor” tipo de célula. Células adultas e embrionárias possuem potencial distinto e aplicações idem. É justamente por isso que a grande maioria dos cientistas brasileiros que trabalham com células-tronco adultas também são a favor das pesquisas com células-tronco embrionárias.
3) Não sabemos quando a sociedade irá se beneficiar de fato das terapias com células-tronco, adultas ou embrionárias, para infarto, diabetes, lesão da medula espinhal, derrame, Parkinson etc. Com exceção do tratamento de leucemia e doenças sangüíneas, tudo mais o que é realizado com células-tronco adultas ainda é experimental, está em fase de testes, não pode ser considerado tratamento estabelecido, mas como foram descobertas na década de 1960, estudos a seu respeito estão mais avançados. É exclusivamente por esse motivo que as pesquisas com embrionárias, descritas há somente 10 anos, estão numa fase anterior de desenvolvimento. Trata-se, portanto, de uma questão de tempo. Cabe mencionar aqui que experimentos em animais indicam um potencial terapêutico inigualável para as células-tronco embrionárias humanas, mesmo quando comparadas às células-tronco adultas! O que pode-se afirmar é que nenhuma terapia estará disponível se não houver liberdade para as pesquisas e incentivo ao progresso científico.
4) Países que aprovam e realizam pesquisas com células-tronco embrionárias humanas incluem a Austrália, Inglaterra, Bélgica, Dinamarca, Coréia do Sul, Espanha, Singapura, Suécia, Suíça, Taiwan, Finlândia, França, Índia, Islândia, Grécia, Israel, Japão entre outros. Nos Estados Unidos a pesquisa é permitida, desde que não realizada com financiamento federal. Se a Lei de Biossegurança for revogada, o Brasil estará mais uma vez em desvantagem e dependente dessas nações. Países que proíbem a pesquisa com células-tronco embrionárias são poucos: Lituânia, Áustria, Irlanda e Itália. A Alemanha permite a pesquisa com células-tronco embrionárias criadas antes de 2002.
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