quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008

Projeto Peixe-boi

Os peixe-bois ou vacas-marinhas – que já existem há cerca de 60 milhões de anos. São o resultado da evolução dos Sirênios (do período EOCENO) – constituem uma designação comum aos mamíferos aquáticos, assim como os dugongos, mas da família dos triquecídeos (Trichechidae). Possuem um grande corpo arredondado, com aspecto semelhante ao das morsas, chegando a pesar cerca de 750 kg quando adultos e medir 4,5 metros de comprimento. São animais ameaçados de extinção e se encontram protegidos por leis ambientais em diversas partes do mundo. São animais de hábitos solitários sendo raramente vistos em grupo fora da época de acasalamento. Durante os primeiros dois anos de vida vivem com suas mães e ainda se alimentam de leite. Depois do desmame vivem até os 50 anos e podem ser vistos se alimentando juntos no mesmo local. São animais muito mansos e, por este motivo, são facilmente caçados e se encontram em risco de extinção.

O Projeto Peixe-Boi foi criado em 1980 pelo Governo Federal para avaliar a situação em que se encontrava o peixe-boi marinho no litoral do Brasil. Criada em 1989, e trabalhando em co-gestão com o CMA (Centro Nacional de Pesquisa, Conservação e Manejo de Mamíferos Aquáticos), a Fundação Mamíferos Aquáticos (FMA) fortaleceu o Projeto atuando na execução de atividades conservacionistas. Com autonomia para captar e gerar recursos para o programa de conservação, a FMA passou a atuar como co-gestora do Projeto Peixe-Boi, aumentando os esforços para a conservação da espécie. Além disso, a durabiliadade e a solidez do patrocínio oficial da Petrobrás ao Projeto Peixe-Boi Marinho, desde 1997, culminaram no sucesso das ações de conservação desta sensível e ameaçada espécie.

A espécie Trichechus manatus manatus (peixe-boi marinho) encontra-se criticamente ameaçada de extinção, enquanto a espécie amazônica, Trichechus inunguis, é classificada como vulnerável à extinção.

Alimentam-se de algas, aguapés, capins aquáticos entre outras vegetações aquáticas. Podem consumir até 16 kg de plantas por dia e armazenam até 60 litros de gordura como fonte energética para a época da seca, quando diminui a disponibilidade das gramíneas com que se alimentam. Estas folhagens contém sílica, elemento que desgasta rapidamente os dentes mas os manatis são adaptados, seus molares deslocam-se para a frente cerca de 1 mm por mês e se desprendem quando estão completamente desgastados, sendo substituídos por dentes novos situados na parte posterior da mandíbula.

O Centro Mundial de Monitoramento da Conservação, órgão do PNUMA (Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente), registra em seu banco de dados as seguintes espécies como objeto de preocupação:

-Trichechus senegalensis, África

-Trichechus inunguis, América do Sul

-Trichechus manatus, Caribe, América do Norte e América do Sul

-Trichechus manatus manatus , Antilhas

-Trichechus manatus latirostris, Flórida

Sua caça está proibida oficialmente desde 1971 mas, o seu número vem diminuindo assustadoramente a cada ano. O método de caça é muito cruel: o peixe-boi respira ar como outros mamíferos, por causa disso, periodicamente, ele vem até superfície da água para respirar. É neste momento em que ele é caçado: os caboclos usam rolhas para entupir o nariz dos animais e sufocá-los até a morte. Com a rolha no nariz, o animal assustado mergulha para fugir e morre afogado; se fica na superfície, é morto a pauladas.

Até o século passado vivia, no estreito de Bering, mais uma espécie (Hydrodamalis gigas) que alcançava 8 metros de comprimento e 10 toneladas de peso. Em eras pré-históricas (Pleistoceno) este gigantesco mamífero, talvez o maior depois das baleias, habitava toda a orla norte do Pacífico, desde o Japão até a Califórnia. Dizimado possivelmente pelos caçadores paleolíticos, apenas uma população de talvez 1000 a 2000 indivíduos chegou até a época atual. Descoberta em 1741 pelo Capitão dinamarquês Vitus Bering, durante a exploração do Ártico a serviço da Rússia, foi rapidamente destruída, extinguindo-se provavelmente em 1768.

E para você que quiser conhecer um pouco mais sobre esse incrível projeto, pastar entra nos sites:

- http://www.projetopeixe-boi.com.br

- http://www.ibama.gov.br/cma/

E aproveitem pra pensar um pouco se podemos fazer nossa parte, ajudando a preservar o que ainda nos resta, pense nisso!!!


* Curiosidades:

- O nome sirênios tem origem mitológica. Por causa da cauda e do seu canto (vocalizações), os antigos navegadores associaram o animal com as sereias. Daí, surgiu o nome de sua ordem: Sirênia.

- Se há seres aquáticos que de algum modo podem ser responsabilizados pelas seculares lendas sobre a sereia, a encantadora mulher-peixe dos mitos de tantos povos, esses inquestionavelmente são os manatis, os representantes da família dos triquequídeos. Isso por causa da vaga semelhança entre seu corpo e o corpo feminino, na área do tórax: como as mulheres, os manatis têm duas mamas peitorais. Esse é o motivo pelo qual esses seres receberam o nome de Sirenia, que vem de sereia. As lendas são relatadas por navegantes que se depararam com o dugongo (Dugong dugon - veja imagem abaixo).

Colombo, em sua primeira viagem ao Novo Mundo, registrou o avistamento, no litoral da Ilha Hispaníola (atual São Domingos), de três sereias, que ele ponderou serem bem pouco formosas, não fazendo jus à mitológica beleza.

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